Radio-oncologista da OncoStar é pioneira no procedimento, que ataca o tumor sem afetar outros órgãos e reduz o número de sessões de radioterapia
A radioterapia é amplamente utilizada para o tratamento de diversos tipos de câncer. Apesar dos avanços da medicina, ainda são recorrentes os casos em que os feixes de radiação atingem tecidos saudáveis, principalmente em casos de tumor no pulmão, o segundo mais comum no Brasil, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca).
Durante a radioterapia, é comum que o movimento de baço, pulmão, traqueia e brônquios altere a posição das células cancerígenas. Com isso, ao invés de atingir os tecidos afetados pela doença, a radiação afeta órgãos saudáveis. As complicações podem, inclusive, prejudicar o processo de alimentação do paciente, levando a quadros de desnutrição e baixa imunidade e afetando a eficácia do tratamento contra o câncer.
A tecnologia está revolucionando a forma de combater a doença, com mais precisão e menor impacto para o paciente. A radiocirurgia moderna conta com equipamentos como o CyberKnife - acelerador linear com braço robótico. Trata-se da união entre robótica de última geração e ciência médica. “É uma tecnologia com capacidade de precisão submilimétrica, permitindo administrar altíssimas doses de radiação nos tumores, poupando os tecidos normais que estão a sua volta”, explica a médica Karina Moutinho, radio-oncologista da Oncologia D’Or com especialização pela Harvard Medical School, nos Estados Unidos.
Como funciona
O CyberKnife permite sincronizar o feixe de radiação com o ciclo respiratório ou o pulsar do coração de cada paciente. Dessa forma, a pessoa que se submete à radioterapia não precisa de anestesia ou mesmo segurar a respiração para evitar o movimento dos órgãos, como é recomendado em algumas ocasiões ao se realizar o procedimento com outros tipos de aparelho.
A inovação está na capacidade de o CyberKnife identificar em tempo real o posicionamento do tumor e conseguir adaptar o feixe de radiação com grande acurácia. A precisão é cirúrgica e possui efeitos similares aos de uma intervenção com bisturi. “Com esse nível de precisão, conseguimos até mesmo reduzir o número de sessões às quais o paciente tem de ser submetido. Em um tratamento de próstata, por exemplo, a redução vai de 40 para apenas cinco sessões”, comentou a especialista, ressaltando que a técnica pode ser expandida para o tratamento de outros tipos de tumores.
Aperfeiçoamento
Karina possui uma história de dor e renovação. O pai, Vitor Moutinho, um dos maiores oncologistas do País, foi vítima da doença quando ela já atuava na medicina. A triste experiência de perdê-lo motivou a médica a ampliar os conhecimentos em radio-oncologia por meio de diversos cursos e práticas realizados fora do Brasil. Hoje ela é uma das especialistas pioneiras no tratamento com o CyberKnife no País.
Sobre a doutora Karina Moutinho
Karina Moutinho é médica radio-oncologista da Oncologia D'Or. Atua como radio-oncologista no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP), entre outras organizações de Saúde voltadas para o tratamento da doença. Possui especialização em pesquisa clínica pela Harvard Medical School.
Comments